sexta-feira, 25 de setembro de 2009

S.O.S Colégio São José

Comunidade é contra a demolição e pede a reforma e um outro destino para o prédio do colégio São José. Assim como em muitas cidades históricas no Brasil e exterior, construções históricas que fazem parte da cultura da cidade não são demolidas, mas restauradas. Foram vários comentários e dezenas de e-mails pedindo a manutenção do prédio histórico do Colégio São José.


Um dos primeiros alunos do colégio, estudou em 1969, Nelson Ben-Hur de Souza, disse: “torço e apóio a manutenção desta escola porque não se deve fechar escolas em hipótese alguma. Acredito que as autoridades competentes do município deveriam fazer alguma coisa para a permanência deste colégio”.

Já Marcelo falou da manifestação. “Foi minha turma de terceirão de 2002 que no desfile de 7 de setembro fizemos um protesto pela permanência do São José no mesmo endereço.Unimos-nos a outro colégio o Manoel Cruz e ao passarmos em frente ao palanque - todos de preto e alguns com a camiseta S.O.S. Colégio São José e falamos “ “Dai a nós a educação, deixai o São José no mesmo chão”. As autoridades presentes e as pessoas que estavam assistindo aplaudiram-nos. Claro que não dá mais pra ficar ali mas na minha concepção o velho prédio não poderia ser demolido tendo em vista o fator história e a relevância desse colégio para a cidade. É uma escola que influenciou e continua influenciando a nossa comunidade. O que deveria ser feito era uma restauração geral no prédio e transformá-lo num museu histórico. Mas infelizmente outras coisas falam mais alto do que a memória. Já tivemos no passado um caso semelhante com o Grupo Escolar Manoel Cruz”, desabafou Marcelo.

A área e o prédio pertencentem à Mitra Diocesana de Lages, através de um contrato de locação com o Estado.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Preço da maçã reage no mercado

A maçã gala graúda foi comercializada no atacado de São Paulo a R$ 37,82 a caixa de 18 quilos, ficando assim em R$ 2,10 o quilo em agosto em média. Teve alta de 3% em relação à de julho. Em comparação ao mesmo período do ano passado, houve recuo de 14% nas cotações da variedade. Nesta época do ano, tradicionalmente os preços são mais elevados, porém a maior oferta disponível neste ano pressionou as cotações no mercado interno. (Fonte: Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada CEPEA)

terça-feira, 22 de setembro de 2009

O fim do Colégio São José



glaucosilvestre.blogspot.com
Ele fez parte da vida de milhares de joaquinenses desde março de 1965. Agora, o velho Colégio São José vai desabar.

Durante os seus 43 anos de vida passaram por ali alunos que hoje são professores, eletricistas, advogados, pedreiros, comerciantes, jornalistas, motoristas, prefeitos, deputados, marceneiros, governador e inclusive este que aqui escreve.

São cerca de 1100 alunos e 45 professores por ano. Foi onde muitos se conheceram, casaram, tiveram filhos e a nova geração também estuda na escola. Foi construído pelas mãos da comunidade, a paróquia fez a campanha e os fazendeiros da cidade doaram toda a madeira para a sua construção.

Contando os dias, restam menos de dois meses para que as portas fechem definitivamente, o servente e merendeiro João Pereira trabalha na escola faz sete anos. Passa todas as manhãs em volta das caldeiras para preparar a merenda. Começa cedo, sete horas da manhã.

Conta que a estrutura do prédio está mesmo complicada. Mostra vários problemas estruturais e acredita que não dava mais para continuar com o velho prédio. “Eu até pensei em subir para consertar alguns buracos no teto do pavilhão, mas não me deixaram, está muito perigoso”.

Mas João lembra que as partes que foram conservadas estão perfeitas. “Olha isso aqui, é madeira de primeira, escolhida a dedo. Os fazendeiros mandavam as melhores madeiras que tinham na região”.

A arquitetura da escola seguiu um moderno desenho para a época com linhas em curva e paredes com tábuas em sentido horizontal. O arquiteto Rafael Martorano Salvador, que já foi aluno conta que “o São José tem uma arquitetura bem modernista. Em madeira o torna ainda mais raro no Brasil. O fato de ser de madeira é engraçado, no Japão tem prédio de madeira de 500 anos e estão lá de pé. Aqui, com 30 anos já vão abaixo, problemas de conservação e manutenção, também é cultural, não se dá valor a madeira”, lamenta ele.

Segundo ele, as histórias que viveu dentro do colégio é que mais irão marcar. “Mas o problema maior que eu acho é de memória. Quantas recordações do velho colégio ficarão. Um grande vazio na memória de todos que por ali passaram”, disse Rafael.

O colégio no início era particular e desde sua fundação até o ano de 1992 foi dirigido por Irmãs da Congregação “Franciscanas de São José”. Em 1970, a escola foi estadualizada e desde então funciona no mesmo prédio e terreno, pertencentes à Mitra Diocesana de Lages, através de um contrato de locação com o Estado. Atualmente atende alunos do ensino fundamental, ensino médio e educação profissionalizante, o magistério.

A nova sede foi construída em um terreno de 11,5 mil m² e terá uma área de 3.450 m² distante cerca de 500 metros do atual colégio.



João, servente e merendeiro toma conta da escola

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Ditadura na Serra


Tive que conferir em dois ou três sites para acreditar. O ECAD Escritório Central de Arrecadação e Distribuição fez uma blitz em Lages - e prometer vir para São Joaquim, para que todos os estabelecimentos comerciais e escritórios desliguem aparelhos de rádio.

O ECAD é uma sociedade civil privada, com o objetivo de arrecadação e distribuição dos direitos autorais de execução pública musical inclusive por meio de radiodifusão e transmissão por qualquer modalidade e da exibição de obras audiovisuais.

Até semana passada ninguém sabia da existência deste órgão. Agora que sabemos, lamentamos a sua existência e desejamos vida breve.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

100 anos

Muito comum no passado, cemitérios do interior revelam região de origem de várias famílias de São Joaquim. Na foto, túmulo de 1909. 

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Dia nacional da cachaça pode ser realidade


“É preciso que a cachaça seja reconhecida como um produto genuinamente brasileiro”. A declaração é do deputado federal Valdir Colatto (PMDB/SC), durante a apresentação do Projeto de Lei nº 5428, que institui o dia 13 de setembro o Dia Nacional da Cachaça, na tarde desta quinta-feira (10/9), na Câmara dos Deputados.
No evento, organizado em parceria do Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC) com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), estiveram presentes a vice-presidente do Instituto Brasileiro da Cachaça, Maria das Vitórias Cavalcante, o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Cachaça, Vicente Bastos Ribeiro, o relator do projeto, deputado federal Luciano Sampaio e representantes da cadeia produtiva da cachaça.

Durante a reunião, os participantes do evento mostraram-se favoráveis ao projeto de lei. “É interessante que nós tenhamos, agora em 2009, essa preocupação em assegurar a exclusividade da origem brasileira da cachaça”, afirmou o presidente da câmara setorial da cachaça, Vicente Bastos Ribeiro. O relator do projeto, deputado Luciano Sampaio, disse que o projeto vai contemplar todo o setor e que é muito importante que se tenha uma boa lei no Brasil em relação à cachaça.

A vice-presidente do IBRAC também ressaltou a importância de se instituir esta data. “Precisamos assegurar que a cachaça seja um produto típico brasileiro reconhecido internacionalmente. Que o dia 13 de setembro seja o início de um novo período da cachaça e não o fim de uma conquista”.

Ainda durante a reunião, o professor Jairo Martins, autor do livro Cachaça no Brasil, fez uma explanação sobre as evidências históricas, sociais e antropológicas da originalidade brasileira da cachaça. Após a apresentação, para encerrar o evento, o deputado Valdir Colatto propôs um brinde simbólico em comemoração ao Dia Nacional da Cachaça.

O projeto de lei nº 5428/2009 é também resultado de uma campanha iniciada pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC).

O dia 13 de setembro 1661 é reconhecido historicamente pela pressão de produtores sobre a coroa portuguesa que conseguiu liberar a produção e comercialização da cachaça no Brasil. Hoje, a cachaça é o terceiro destilado mais consumido no mundo. No Brasil, o destilado é responsável por uma produção de um bilhão de litros, emprega 40 mil produtores, 600 mil empregos diretos.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Abelhas desaparecem na Serra


O fenômeno aconteceu pela primeira vez no ano passado. Centenas de colméias são abandonadas pelas abelhas e ninguém sabe explicar o motivo. Produtor de mel em Morros Altos, interior de São Joaquim, João Cechinel disse que de suas 110 caixas de abelhas, restaram apenas 53. “Elas somem e deixam todo o mel, cada vez que eu vou para o campo ver as caixas um enxame desaparece”, conta ele.

O mesmo problema acontece em várias regiões do estado. João acredita que a interferência do sinal de antenas de celular está interferindo na percepção das abelhas. “Foi depois que instalaram as antenas que elas começaram a sumir. Há dois anos, no interior não havia sinal de celular e não tinha problemas, depois começaram a sumir, mas não tenho certeza se é isso mesmo”, disse ele.

João observa que no ano passado, a suspeita era que a instabilidade do tempo, com as estações não definidas estaria influenciando as abelhas, que confundiam as estações e período de migração, mas este ano não aconteceu o desequilíbrio das estações e elas continuam desaparecendo.

O problema preocupa também os produtores de maçã, já que precisam das abelhas para polinizar os pomares. Existe uma grande procura pelas colméias, mas cada vez está mais restrito a compra ou aluguel de caixas de abelha

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Hermeto Pascoal em São Joaquim

Depois do show, no camarim, Hermeto Pascoal e a cantora Aline Morena brindam os amigos, colegas e fãs com a música tradicionalista "meu candieiro". "É um homenagem pra essa terra", disse ele. O show aconteceu no Festival de Inverno de São Joaquim. Depois do show, no camarim, Hermeto Pascoal e a cantora Aline Morena brindam os amigos, colegas e fãs com a música tradicionalista "meu candieiro". "É um homenagem pra essa terra", disse ele. O show aconteceu no Festival de Inverno de São Joaquim.



Hermeto Pascoal no camarim em São Joaca

Festa da Maçã pela metade em 2010

Será de 16 a 25 de abril de 2010 a Festa da Maçã. Volta a ter um final de semana apenas. Poderia até ter dois, mas viram que pagar uma fortuna para uma banda em final de semana sem feriado tem um prejuízo enorme. E com dinheiro público.

Tipos de turistas de inverno

Inverno é um mosaico de turistas em busca de frio em São Joaquim que permite uma curiosa observação da personalidade e o objetivo de cada um deles.

O desavisado: Chega à cidade geralmente de tarde, quando ainda não está muito frio. Chega a comentar: “Essas placas de ‘gelo na pista’ no asfalto são propaganda enganosa né?”. No outro dia pela manhã é que percebe a fria que entrou. Sempre traz poucas roupas de frio.

O deslumbrado: Tudo é diferente, lindo e maravilhoso. Tira foto até de borracharia. É o primeiro que pergunta o preço de terrenos e casas, quer logo vir morar em São Joaquim.

O indiferente: Não entende a paisagem. Não vê graça em árvores sem folhas e nem grama cinza por causa da geada. Árvore sem folha é árvore morta.

O caçador de histórias: É o mais curioso. Quer saber desde a povoação indígena, os primeiros colonizadores até o futuro da política na cidade.

O Jockey: Só quer andar a cavalo. E para isso não importa se é noite, faz frio ou chuva. Anda dentro do galpão mesmo.

O do fondue e vinho: Inverno sem fondue não é inverno. Depois de conhecer as vinícolas e jantar procura outra atração na cidade.

O fugitivo: Morador de grande cidade, sempre nas férias procura pequenos municípios para descansar, faça frio ou não. Adora ouvir as histórias do local, geralmente viveu a infância no interior.

O caçador de nevasca: Acha que em São Joaquim neva todo dia. Ao chegar pergunta pra todo mundo, “Cadê a neve, cadê a neve?”. Fica decepcionadíssimo.

O do termômetro: O que vale é a foto com mais de seis graus negativos, chega a passar a noite no carro em frente ao termômetro da praça. É obstinado, persistente e quase sempre consegue o que quer.
O ecoturista: São Joaquim e região é prato cheio. Fica apaixonado pela paisagem local e raramente vai para o centro da cidade.

O tipo de informação ao turista

Em cidade pequena qualquer morador vira guia de turismo na rua. Com tantos turistas pra lá e pra cá não é difícil ser abordado por um deles em busca de informações. Curioso é ouvir o relato dos turistas sobre as respostas de alguns nas ruas. Histórias verdadeiras.

O indiferente: Turista pra caixa da padaria: “Moça, sabe algum ponto turístico pra gente conhecer? Ela pensa, pensa e diz: Ahhh! Ali na pracinha tem uns peixinhos”.

O sarcástico: Turista pergunta: “Moço, sabe se esta estrada aqui vai pra Tubarão?”. E ele responde: “Olha, se vai eu não sei, mas se for ela vai fazer muita falta aqui pra nóis”.

O preguiçoso: Ao ouvir a pergunta se percebe que ele até sabe o local para informar, mas como deve ser extensa explicação, pensa bem e diz que não sabe.

O peão tímido: O motorista, ao perguntar para o peão o acesso de uma rodovia vê uma longa pausa como resposta e o olhar ao longe, enquanto prepara o cigarro de palha. Aí, ele se volta para o turista e diz “Moço, não sou daqui”.

O prestativo: Não só informa como leva o turista ao local indicado. E não cobra!

O hospitaleiro: Informa e já puxa conversa com o turista, que também está aberto a novas amizades. Da conversa surge a amizade. O local ou estabelecimento que indica geralmente também é de um conhecido seu, aí ele já chega até sabendo o nome do dono

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Estações divulgam temperaturas diferentes


As temperaturas baixas, pelo menos abaixo de zero, começam a se afastar dos termômetros em São Joaquim. Porém, assunto que sempre é um bom gancho para os jornalistas é a comparação entre as temperaturas de municípios vizinhos na Serra e as daqui.


Um detalhe acaba prejudicando a informação sobre a real temperatura de São Joaquim. Muitas estações meteorológicas não tem pontos de coleta nas áreas mais frias da cidade, como a localidade de luizinho, por exemplo, que é um dos locais mais frios da cidade. O resultado é que temperatura mínima divulgada para todo o país fica até três ou quatro graus acima do que foi realmente registrado.

E só comparar a mínima divulgada pela Climaterra, que tem vários pontos de coleta com a de outras. A divulgação fica prejudicada.

São Joaquim tem 24 mil habitantes, diz IBGE


A população estimada pelo IBGE para São Joaquim divulgado na semana passada é de 24.058 habitantes. São 1.222 pessoas a mais que o último senso de 2000, onde a população era de 22.836. Em 1991 era 22.295, aumentou 1.763 habitantes de lá para cá.


O curioso é que de 1991 para 1996 a população decresceu 339 habitantes. Foi o período de maior estagnação econômica da cidade, o que deve ter levado muitos moradores a migrar.

Lages é a mais populosa com 161.563 habitantes. Urubici tem hoje 10.439 e Bom Jardim da Serra 4.214. A população estimada para Santa Catarina é de 6,1 milhões de habitantes. A cidade mais populosa do Estado continua sendo Joinville, com 497 mil habitantes.

Risco de deslizamentos na Serra Catarinense

Prepare a capa de chuva. Setembro será o mês mais chuvoso do ano. Segundo Ronaldo Coutinho, da Climaterra, raramente ficaremos com três ou cinco dias sem chuva. Será um período marcado por mudanças extremas e com grande risco de deslizamentos e aumento do nível dos rios. Em Urubici, na SC 430 dois trechos já estão em meia pista, segundo informou a polícia rodoviária na tarde de hoje (10).
A Temperatura segue sem calor até 24 de setembro. A mínima ontem chegou a 3,8 graus. Apreensivos com as chuvas em São Joaquim e região também estão os produtores de maçã, que não encontram espaço de tempo suficiente para a pulverização dos pomares, o que aumenta o risco da entrada de doenças.

Taipas fazem parte da história da Serra

Os serranos se orgulham de uma imponente obra deixada pelo homem no Sul do Brasil no Século XVIII. Trata-se do conjunto de muros de pedra – as taipas.

As muradas começaram a ser construídas tão logo a Coroa decidiu fundar Lages, a então Nossa Senhora das Lagens, para frear a cobiça espanhola sobre os domínios portugueses. As taipas eram feitas por escravos.

Destaques relevantes merecem o próprio Corredor das Tropas (60 km), feito de taipas que bem materializam a história do tropeirismo do Sul e Sudeste do Brasil, as ruínas da primeira tentativa de fundação da Vila de Lages, a sede da Fazenda Cajuru, construída em 1865, o Passo Santa Vitória na divisa do Rio Grande do Sul (Rio Pelotas) tombado como Patrimônio Histórico e Natural, pelo município de Lages em 1993 e pelo município de Bom Jesus (RS) em 1994.

João Padilha, 84 anos, residiu boa parte de sua vida no interior de São Joaquim, na localidade de Boava. Lembra que a profissão de taipeiro - construtor de taipas - foi comum em toda a região. Era um dos ofícios mais requisitados pelos fazendeiros na época. Não havia arames para delimitar as terras, antes divididas por demarcações visuais através de rios ou capões de araucárias.

Não existiam muitas alternativas de renda na época, sequer agricultura. O trabalho passava de pai para filho, por gerações. Como as famílias eram numerosas, todos os filhos costumavam trabalhar para o mesmo fazendeiro. As esposas e filhas tinham atividades como o cultivo das hortas para o próprio consumo e os trabalhos na casa. Habitavam pequenos ranchos no campo, próximos de riachos.

O contrato para a construção dos muros chegava a se estender por anos. Como não havia muito dinheiro em moeda na época, o pagamento era através de cabeças de gado, ovelhas e porcos. Trabalhos maiores rendiam até áreas de terras nas fazendas. Muitos acabavam trabalhando nas lidas com o gado do proprietário depois de concluir as taipas. Eram então chamados de agregados.
O trabalho era árduo e lento. A maior dificuldade deles não era a montagem no local, mas a extração e o transporte.

As pedras ideais para a construção das taipas não são as que ficavam expostas, mas sob a terra. As pedras soltas já sofreram a ação do tempo, facilmente se quebram ao cortar.

Elas eram retiradas uma a uma com pás, picaretas e alavancas. Muitas vezes o trabalho era interrompido, pois logo percebiam que o aparente pequeno pedaço, ao começar ser descoberto, devido ao tamanho, não poderia ser retirado. Muito tempo era perdido. Por vezes, maciços de pedras no campo também não podiam ser utilizados, devido à má qualidade da formação.

O transporte da pedra era outra dificuldade. Levavam horas para chegar ao local exato da construção. “Existiam grandes pastagens por onde os muros deveriam ser construídos, mas não havia pedras por perto, somente a centenas de metros dali”.

O deslocamento era lento e feito através de uma pequena carreta chamada zorra, puxada por valentes bois carreiros. Trata-se de um instrumento de madeira resistente em forma de “Y”. As pedras ficavam no meio, e as duas partes de trás, na ponta da zorra, tinham contato com o chão. Não havia rodas.

As pedras do alicerce eram as mais difíceis. Sempre maiores. No meio - pedras de tamanho médio e, na parte superior, pequenas lajes - fatias de pedras, que davam o acabamento.

Hoje encontrar taipeiros é cada vez mais difícil, a profissão é rara. Um metro de taipa de um metro de altura custa em média 40 reais. A extração e deslocamento das pedras somente com trator.

Encerrada poda das macieiras em São Joaquim


O período de poda nos pomares de macieira na Serra Catarinense encerrou esta semana. O tempo ajudou e os produtores conseguiram finalizar o trabalho em tempo, antes da brotação das árvores. Somente em São Joaquim existem cerca de 2 mil produtores.

Os trabalhos nos pomares são realizados por contrato formal ou por empreitadas, é quando o produtor paga os trabalhadores uma quantia por cada planta trabalhada, o que não dispensa o contrato com carteira de trabalho. Os valores vão de R$ 0,60 a R$ 1,70 por árvore, conforme o tamanho da planta e o tipo de poda em cada pomar.

A poda de frutificação é iniciada após a copa da planta se formar. O objetivo é regularizar e melhorar a frutificação, tirando o excesso de vegetação da planta, assim se reduz a superprodução da macieira, que poderia baixar a qualidade da fruta. Com a poda as maçãs crescem com produção controlada, mais uniforme, dando qualidade e consistência.

Em um mês inicia o período do raleio. Nesta fase é retirado de cada galho da planta o excesso de frutas em todas as árvores. Onde nasceriam 10 maçãs, por exemplo, ficam apenas uma ou duas, o que garante o padrão no tamanho e a qualidade. Para que a atividade tenha sucesso mais uma grande quantidade de trabalhadores é recrutada, o que garante trabalho e renda para toda a população.